quinta-feira, 18 de outubro de 2012



Quatrocentos policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar  sob o comando de uma mulher. A tenente-coronel Cynthiane Santos, de apenas 40 anos, inicia mais um marco na história da polícia no Brasil. Pela primeira vez, uma tropa de elite estará sob coordenação de uma policial. A nova missão é encarada com honra pela coronel  há dez anos. 

A conquista é motivo de orgulho para a família e, principalmente, para filho adolescente, de 16 anos, e para o pai militar. Foi na figura paterna que a hoje tentente-coronel se espelhou. “O primeiro incentivo veio dele e visto a camisa da minha profissão. Acredito  que ele tem uma realização em mim”, destaca. 


O ingresso na Polícia Militar aconteceu ainda muito jovem. Com 19 anos, Cynthiane começou a vestir a farda,  sempre sinônimo de respeito e amor. “Me sinto lisonjeada e tenho objetivos cada vez maiores. Há espaço para todos e tudo depende da preparação e formação. Assumir o comando geral do batalhão é motivo de muita honra para mim”, ressalta. 


Operações especiais

Especialista em operações especiais, a comandante do batalhão destaca que os treinamentos físicos, que envolvem atividades de barra, flexões, resistência e corrida, sempre foram realizados com o mesmo potencial dos policiais. “Homens e mulheres desempenham a mesma função e cada policial tem um preparo físico. Temos de estar sempre dispostos, preparados e aptos a realizar as mesmas atividades”, ressalta.

O número de mulheres no Batalhão de Choque  comprova que o sexo frágil já é coisa ultrapassada para elas. Hoje, são dez policiais em serviço nas operações policiais divididas entre cabos e sargentos. “O trabalho da polícia é uma ação em equipe. Eu dependo de todos os 400 e eles precisam de mim e um dos outros”, aponta.


A sala da comandante de cor preta tem  toque e  ar de feminilidade. Ela conta que o filho ficou emocionado quando soube da notícia. O adolescente passou parte da infância na unidade, quando a mãe ainda era policial do Bope. “O pai o trazia para que eu pudesse matar um pouco a saudade. Quando disse que o local, que era do outro coronel, iria ser meu ele ficou muito orgulhoso. Ele cresceu me apoiando, me dando forças”, emociona-se. 


Muitos dos policiais que hoje a tenente-coronel comanda são, ainda, colegas de profissão e até amigos de dez anos atrás. “Nas operações especiais, não há muita rotatividade, então, meu filho vinha me ver e se relacionava com as pessoas com quem trabalho até hoje”, conta.


Pioneira

A tenente-coronel Cynthiane é também pioneira em vários outros  eventos ligados à profissão de policial que abraçou. Durante três anos – de 2007 a 2010 – ela fez parte da supervisão da segurança pessoal do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Antes, nenhuma outra mulher tinha assumido o cargo. 

“A farda é motivo de orgulho.  Como em toda profissão há riscos, mas quem tem medo não vem para cá. Há uma seriedade e preocupação, mas não medo”, destaca.


Além disso, a policial foi a primeira oficial feminina da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) a viajar para o Timor Leste em uma Missão de Paz pela Organização das Nações Unidas (ONU).


http://clicabrasilia.com.br/site/noticia.php?id=428683

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