domingo, 18 de dezembro de 2011


O amor! Ah, o amor! Garoto encantador que chega sem avisar, entra sem bater e vai embora sem pedir.
Quando ele chega, traz consigo um emaranhado de sentimentos que devem ser primos dele; são bons e confusos e nos deixam às vezes em maus lençóis.
Quando você começa a amar, ele, o amor, faz você sentir uma dor no peito que é até boa de sentir, o coração acelera e acontece um bombardeio de emoções e uma vontade de viver intensamente todas as coisas da vida em um só dia. Todos os músculos se contraem e uma maratona sanguínea se inicia dentro do seu corpo inteiro em uma aventura incrível.
Mas aí você fica refém desse sentimento, apaixonada sem poder fazer nada. Você se entrega à paixão, e de novo começam outras situações que são verdadeiras loucuras dentro de um coração.
O amor tem um ritmo louco. Você se agita diante da pessoa amada, chega a parecer uma pessoa tola, mas, ao se afastar, você fica zen, embriagada de amor e saudade.
De repente, você olha para a lua e ela, que sempre foi redonda, amarela e com algumas manchas que não dizem nada, passa a ficar linda, e vai fazer parte das suas noites românticas e apaixonadas. Parece que a qualquer momento surgirá o mar em algum horizonte. O céu azul cheio de nuvens brancas, silêncio e apenas um selinho. Você já está a mil em seu corpo turbilhando de paixão. Parece que foi o melhor beijo de sua vida.
Toda vez que ele, o amor, se aproxima de seu coração, você começa a sentir coisas estranhas. Um calor ardendo o seu corpo como uma fogueira e isso é bom e lindo.  Um abraço é tão terno e denso que os saltos do coração se comunicam através da pele dos dois que estão juntinhos naquele momento sem fim. Você se sente imortal e pensa que tudo isso é para sempre e ama e é feliz.
Mas, no meio da incrível aventura, bate uma saudade avassaladora e você começa a perceber que era o amor brincando com você e viajando de coração em coração. De repente a fogueira se apaga, a lua perde seu brilho, as nuvens desaparecem e o mar nunca existiu em nenhum horizonte, a não ser um mar de lágrimas. A dor que era boa de sentir deu seu lugar para a solidão, que veio acompanhada de uma angústia que sufoca o peito.
O amor é gostoso, mas é sacana e lhe maltrata: é egoísta, sai sem pensar que vai doer; é ilusionista, te engana direitinho como se fosse um passe de mágica; é chantagista, faz de você o que quer, porque você não consegue se manter sem ele; é perturbador, lhe deixa sem noção da realidade; é petulante, acha que ele pode tudo; é traidor, trocará seu coração por outro.
Mas cuidado, “o amor não tira férias”: o fim de um é o começo de outro em algum coração esperançoso.

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