Nanah Farias

Terceira Onda

Nanah Farias

Terceira Onda

Nanah Farias

Terceira onda

quarta-feira, 5 de agosto de 2015




É madrugada e ela dorme. 
Tudo é branco como se fosse um nevoeiro, tudo é de vidro e uma luz molhada reflete em seu corpo. 
Ela anda com muito cuidado para não sair daquele espaço onde tudo é tão bom, tão suave e tão profundo. Surreal. 
Ela desliza as mãos pelo ar frio, sua pele parece que tem gotas de orvalho, olhando aquela seda branca que lhe cobre o corpo, tão suave quanto sua pele. 
Mas ela anda naquele espaço bonito, porém vazio, tentando encontrar alguma coisa ou alguém, mas ela está só. Parece que está em uma grande bola de vidro protegida da vida. 

Olhando pelo vidro, a madrugada é escura, fria, vazia e sem brilho. 
Não tem ninguém ali, ela está só no vazio do seu ser, chora olhando em volta e sentindo todos os olhares amedrontados dentro de si.
Exausta de suas angústias ela olha para o céu, e lá está a lua que não reage a nada, mas parece entender toda sua dor e angústia com aquele olhar de quem sofre as mesmas dores por estar ali diante de tantos séculos sem envelhecer. 
Entregue a tanta angústia e escuridão, subitamente um grito, um grito apertado entredentes. 
Ela assustada, vê todo o vidro que vai se quebrando em pedacinhos de cristais e sua pele se quebra junto, doendo e rasgando o próprio ser que sangra de dor, mas sua pele não se quebra em pedacinhos de cristais. 
Abraçada a si mesma, seus braços se encontram no vazio longo de um abraço inútil, ela chora copiosamente se perguntando “por quê?”. 
E se a juventude viesse novamente do fundo de seu ser e chegasse à sombra do rosto esquecido? 
Ela soluça, soluça...

terça-feira, 31 de março de 2015

  
      Protagonismo: o antídoto para a violência contra a mulher  

   
A violência contra a mulher tem ocupado cada vez mais espaço nos veículos jornalísticos e isto mostra a necessidade de ações urgentes para conscientizar e ajudar os casais, baseadas em análises mais profundas dessa questão.
A desigualdade de poder, vista por toda parte, influencia fortemente os comportamentos individuais na nossa sociedade e se manifesta através de inúmeros jogos de poder nas relações. 
Destes jogos, o da vítima/vilão é o mais básico e facilmente incorporado pelas pessoas.  As pessoas escolhem estes papéis, mesmo que inconscientemente, de acordo com as suas tendências e condicionamentos culturais. 
Assim, na relação afetiva, genericamente, a mulher é educada para o papel de mais passiva e tende a funcionar como vítima e o homem, treinado mais para a ação e para ser guerreiro, tem maior atração para o vilão. Na recente aceleração da evolução feminina, a mulher tem descoberto o seu poder de ação, especialmente para a sua sobrevivência e muitas vezes, para a auto-realização material e profissional. Contudo, no relacionamento-a-dois, a situação é bem diferente. A maioria evoluiu pouco no papel de parceira e, por não conseguir resolver os conflitos de poder que surgem, se submete, convivendo com a situação de desigualdade de poder e aceitando a hostilidade do seu companheiro. Como vítima, a mulher contribui para perpetuar o processo da hostilidade que, sem conseqüências para o vilão, cresce a cada dia.  E o homem, qual o seu contexto? Ao contrário da mulher, a percepção do homem, nas últimas décadas é de perda de poder e prestígio social. É verdade que, com a evolução dela, ele ganhou outras vantagens. Entretanto, nem sempre ele consegue enxergá-las ou valorizá-las, e por isto não chegam a compensá-lo. A perda de status é sentida como mais importante e por ser atribuída a causas externas, ainda fere profundamente o orgulho de muitos deles. Soma-se a isto o fato de que também houve, para ele, perda de espaço profissional, por vários fatores, como pelo aumento da competitividade, inclusive com as mulheres e por uma conjuntura econômica mais desafiadora. Por isto, muitos deles freqüentemente vêem seus sonhos de realização material e profissional frustrados. Neste contexto, o relacionamento afetivo se mostra como a brecha, isto é, o espaço onde o homem tem a possibilidade de compensar esta perda de poder, sentindo-se novamente forte e importante. Inegavelmente, vivenciar o poder é prazeroso. Neste processo, ele não costuma ter consciência dos seus motivos reais, assim como a mulher não se dá conta do quanto contribui com a sua passividade, mas o fato é que estas condições se tornam absolutamente favoráveis ao crescimento da violência contra a mulher.   A violência pode ser entendida como uma doença do relacionamento e no casal, se manifesta de forma insidiosa, ou seja, o crescimento da hostilidade é, geralmente, crônico e cresce aos poucos. Com o passar do tempo, o homem cria dependência deste prazer fácil e inconsequente que obtém, nos momentos de ira. Enquanto isto, a mulher perde, cada vez mais, a auto-estima e autoconfiança, ou seja, sua capacidade de agir positivamente para resolver o problema decresce. Isto explica o agravamento da doença e suas conseqüências devastadoras. Então, o que pretendemos é a cura desta doença. Mas, afinal, embora a resposta possa parecer óbvia, precisamos analisar... quem é o agente causador? Ou melhor, quem é o inimigo que se deseja derrotar? Muitos responderiam que é o parceiro violento. É dele que esta mulher precisa se livrar. Estes se enganam e as estatísticas mostram que se ela simplesmente se separar deste homem, tenderá a encontrar outro vilão no seu caminho, o que se pode entender facilmente, pois está condicionada a funcionar como vítima.  Então, seu inimigo não é o parceiro. Outros diriam que o inimigo da violência é o medo. É verdade que esta mulher vive intensamente o medo da perda, mas, como qualquer outro medo humano, ele é natural e existe como um desafio a ser vencido. O inimigo real desta mulher constitui-se de várias crenças que ela carrega, na sua fragilidade, na falta de merecimento do melhor, na falta de poder diante da situação, na sua visão de que não tem escolha e outras cognições restritivas, que lhe fecham as portas para as soluções.  É por tudo isto que se pode afirmar que a cura está em fortalecer-se, em corrigir suas crenças a fim de perceber seu poder, sair do papel de vítima e treinar o de protagonista. O que é isto? Protagonista é um papel que se escolhe e se desenvolve. Não é natural. Segundo Rui Mesquita, “Protagonismo é a concepção da pessoa como fonte de iniciativa, que é ação; como fonte de liberdade, que é opção e como fonte de compromissos, que é a responsabilidade. Desta forma, a pessoa aprende fazendo, ocupando uma posição de centralidade no processo e é indutora de mudanças”. Somente assumindo a responsabilidade total pelo seu bem-estar, a mulher pode vencer seu medo e a violência. E isto ela conseguirá buscando ajuda, lendo e discutindo sobre o seu problema com quem entende; enfim, ampliando muito a sua visão desta doença, das relações e de si mesma, encontrando, assim, seus verdadeiros recursos e poder para se fazer feliz.

Por Maristela Pacheco Alves 


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domingo, 8 de março de 2015

Minha identidade foi feita no dia 8 de março de 1988. Eu estava me preparando para casar. Na época era apenas uma menina boba com quase dezoito anos,  morando no interior da Bahia, completamente desinformada. Nem sabia que a data de expedição de minha identidade era tão importante e tão significativa na história da mulher. Quatro meses depois me casei pela a primeira vez. Um casamento lindo e cheio de convidados, e no alto da minha ingenuidade achei que seria a mulher mais feliz do mundo. Grande engano. No dia seguinte tive que acordar bem cedo por que o meu marido queria que eu fizesse o café da manhã para ele, mais tarde o almoço, mais tarde o jantar e mais tarde tinha que tinha que “fazer amor”. E assim vivi durante anos esperando o dia em que eu seria feliz. Eu entreguei a minha vida para a aquele com quem me casei e com quem eu pensei que seria feliz.
Fui agredida verbalmente e fisicamente durante cinco longos anos. Traições e mais traições foram apenas o começo, e depois vieram os palavrões, empurrões, tabefes, puxões de cabelo e por fim ele tentou me matar apertando o meu pescoço até eu ficar sem ação para me livrar de suas mãos. Me calei... E sofri... E chorei... E perguntei para os céus, por quê? Eu não fiz nada de errado. Pedi a Deus que me ajudasse, e para Ele me tirar de tamanho sofrimento, mas Deus nunca se manifestou e eu continuei sofrendo.
Um dia tomei coragem e revidei aos maus tratos que sofri. Me separei e fui morar bem longe dali, não olhei para traz, nunca mais...
Hoje a minha identidade tem outro significado. Hoje a minha identidade sou eu mesma, dona de minha própria vida, dona dos meus atos e do meu destino.
Minha mente É LIVRE e o meu corpo É LIVRE, sou minha e não de quem quiser.


domingo, 22 de junho de 2014


Rose Marie Muraro nasceu no Rio de Janeiro em 11 de novembro de 1930. Foi uma intelectual e feminista brasileira. Nasceu praticamente cega, sua personalidade singular deu-lhe força e determinação suficientes para tornar-se uma das mais brilhantes intelectuais de nosso tempo.
Estudou Física, foi escritora e editora. Publicou livros polêmicos, contestadores e inovadores dos valores sociais modernos. Nos anos 70, foi uma das pioneiras do movimento feminista no Brasil. Nos anos 80, quando a Igreja adotou uma postura mais conservadora, passou a ser perseguida pelos ideais. A atuação intensa no mercado editorial é fruto de uma mente libertária cuja visão atenta da sociedade pode ser comparada a de muito poucos intelectuais da atualidade.
As ideias refletem-se na vida pessoal desta mulher notável; há pouco tempo, Rose Marie Muraro desafiou os próprios limites quando, aos 66 anos, recuperou a visão com uma cirurgia e viu seu rosto pela primeira vez. "Sei hoje que sou uma mulher muito bonita."
Oriunda duma das mais ricas famílias do Brasil nos anos 1930/40, aos 15 anos, com a morte repentina do pai e consequentes lutas pela herança, rejeitou sua origem e dedicou o resto da vida à construção de um novo mundo: mais justo, mais livre. Nesse mesmo ano conheceu o então padre Helder Câmara e se tornou membro de sua equipe. Os movimentos sociais criados por ele nos anos 40 tomaram o Brasil inteiro na década seguinte. Nos anos 60, o golpe militar teve como alvo não só os comunistas, mas também os cristãos de esquerda.
A Editora Vozes foi um capítulo à parte na vida de Rose. Lá, trabalhou com Leonardo Boff durante 17 anos e das mãos de ambos nasceram os dois movimentos sociais mais importantes do Brasil, no século XX: o movimento de emancipação das mulheres e a teologia da libertação - até hoje, base da luta dos oprimidos. Nos anos 80, presenciou a virada conservadora da Igreja. E em 1986, Rose e Boff foram expulsos da Vozes, por ordem do Vaticano. Motivo: a defesa da teologia da libertação, no caso de Boff e a publicação, por Rose, do livro Por uma erótica cristã.
Rose Marie Muraro foi eleita, por nove vezes, A Mulher do Ano. Em 1990 e 1999, recebeu da revista Desfile, o título de Mulher do Século. E da União Brasileira de Escritores, o de Intelectual do Ano, em 1994. O trabalho de Rose, como editora, foi um marco na história da resistência ao regime militar. Devido a este trabalho, recebeu do Senado Federal, o Prêmio Teotônio Vilela, em comemoração aos 20 anos da anistia no Brasil.
Foi palestrante nas universidades de Harvard e Cornell, entre tantas outras instituições de ensino americanas, num total de 40. Editou até o ano 2000 o selo Rosa dos Tempos, da Editora Record.
Foi cidadã honorária de Brasília (2001) e de São Paulo (2004). Ganhou o Prêmio Bertha Lutz (2008), e principalmente, pela Lei 11.261 de 30/12/2005 passada pelo Congresso Nacional foi nomeada Patrona do Feminismo Brasileiro.
Rose Marie Muraro tinha 05 filhos e 12 netos, frutos de um casamento de 23 anos.

Fonte: wikipedia



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domingo, 5 de janeiro de 2014

Seu primeiro olhar era para sempre;
Seu primeiro abraço era para sempre;
Seu primeiro beijo era para sempre;
Me encaixei em seu corpo, era para sempre;
Nosso amor é para sempre;
Você disse que estava escrito nas estrelas;
E era você, para sempre você.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Inquieto...  Aborrecido...  Desconfortável... Chateado... Irado...
CABEÇA doendo... HUMOR insuportável... Transtorno TRIPOLAR!
OLHOS inchados... chorar pra que se é sem querer...
DENTES rangendo como um cão raivoso.
SEIOS parecem bochechas com raiva, NÃO ME TOQUEM!
CORAÇÃO deprimido...
VENTRE inchado e dolorido parece que foi esmurrado pelo Hulk...
QUADRIL parece ter sido separado do resto do corpo por um serrote.
PANTURRILHAS como músculo distendido ...
Espelho inimigo... “feia, horrorosa”...
Marido... Que foi? Nada... NADA!...
Filho... Mãe tá chorando? NÃO!
Não ascenda a LUZ!
Não FALEM comigo!
Ciclo menstrual, efeitos de uma FERA...
Feroz...  Voraz...
Raiva... Dor...  SANGUE!
Todas as partes do corpo SANGRAM.  
SANGUE...  hoje...  amanhã... depois.
Banheiro... banho... banheiro... banho.
Brigo... Grito... Choro...  choro...  
Choro porque sangro...  sangro...
Elevação do estrogênio... Queda da progesterona...  e DAÍ?????
Involução...  Evolução... ovulação?  Sangue!
MESNTREUAÇÃO...  TPM...

Por Nanah Farias


domingo, 25 de agosto de 2013

A presidente Dilma Rousseff revelou em encontro com o ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-BA) que driblou a segurança presidencial e saiu pelas ruas da capital brasileira. "Coloquei o capacete e saí andando de moto pelas ruas de Brasília", contou Dilma com ares de felicidade segundo o jornal Folha de S. Paulo. "Eu também não acreditei na hora, mas, quando encontramos o Amaro no elevador, passei a acreditar", disse o ministro, ao perceber a reação dos repórteres à história, se referindo ao chefe da Segurança Presidencial, general Marcos Antônio Amaro, com quem ele e Dilma esbarraram ao final da conversa. A presidente foi logo se gabando: "Nem ele ficou sabendo", afirmou, confiante de que sua escapada havia sido sigilosa. "Fiquei sabendo, sim, mandei acompanhar a senhora", foi logo dizendo Amaro, informando que havia orientado uma equipe a segui-la à distância.
A data da experiência não foi revelada. Ao ministro, Dilma falou sobre a sensação de andar de moto pela capital. "Senti melhor os ares de Brasília", afirmou. Não se sabe se a presidente estava na garupa de alguém ou se arriscou-se a pilotar. O Palácio do Planalto, que não comentou a aventura, a presidente não tem carteira de habilitação nem sabe dirigir motocicletas. O ministro cobrou da presidente os riscos de segurança envolvidos no hobby. Dilma sorriu, agradeceu a preocupação, mas disse: "a vida é cheia de riscos. Tudo que se faz na vida importa riscos". Lobão lembrou que o general João Batista Figueiredo costumava deixar os seguranças loucos ao escapar para voltinhas de motocicleta durante sua Presidência (1979-1985). "Foi uma aventura da presidente. Ela merece. O cargo limita muito as opções de lazer dela. Não dá para frequentar normalmente teatro, cinema, restaurantes", disse.
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