Minha
identidade foi feita no dia 8 de março de 1988. Eu estava me preparando para
casar. Na época era apenas uma menina boba com quase dezoito anos, morando no interior da Bahia,
completamente desinformada. Nem sabia que a data de expedição de minha
identidade era tão importante e tão significativa na história da mulher. Quatro
meses depois me casei pela a primeira vez. Um casamento lindo e cheio de convidados,
e no alto da minha ingenuidade achei que seria a mulher mais feliz do mundo. Grande
engano. No dia seguinte tive que acordar bem cedo por que o meu marido queria
que eu fizesse o café da manhã para ele, mais tarde o almoço, mais tarde o
jantar e mais tarde tinha que tinha que “fazer amor”. E assim vivi durante anos
esperando o dia em que eu seria feliz. Eu entreguei a minha vida para a aquele
com quem me casei e com quem eu pensei que seria feliz.
Fui agredida
verbalmente e fisicamente durante cinco longos anos. Traições e mais traições
foram apenas o começo, e depois vieram os palavrões, empurrões, tabefes, puxões
de cabelo e por fim ele tentou me matar apertando o meu pescoço até eu ficar sem
ação para me livrar de suas mãos. Me calei... E sofri... E chorei... E
perguntei para os céus, por quê? Eu não fiz nada de errado. Pedi a Deus que me
ajudasse, e para Ele me tirar de tamanho sofrimento, mas Deus nunca se
manifestou e eu continuei sofrendo.
Um dia tomei
coragem e revidei aos maus tratos que sofri. Me separei e fui morar bem longe
dali, não olhei para traz, nunca
mais...
Hoje a minha
identidade tem outro significado. Hoje a minha identidade sou eu mesma, dona de
minha própria vida, dona dos meus atos e do meu destino.
Minha mente É
LIVRE e o meu corpo É LIVRE, sou minha e não de quem quiser.
Maravilhoso, sentimentos tão carregados e expressados de maneira tão leve e muito interessante a escrita, parabéns pela força e pelo texto :)
ResponderExcluirObrigada Nanda Pimenta!
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